"A caridade, meus amigos, se faz de muitas maneiras; podeis fazer a caridade em pensamentos, em palavras e em ações. Em pensamentos, orando pelos pobres abandonados que morreram sem ter podido mesmo ver a luz. Para estes, uma prece do coração os alivia. Em palavras, dirigindo aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos; dizei aos homens irritados pelo desespero, pelas privações e que blasfemam o nome do Altíssimo 'eu era como vós; eu sofria, era infeliz, mas acreditei no Espiritismo e vede, sou feliz agora'. Aos velhos que vos dirão 'é inútil, estou no fim do meu caminho e morrerei como vivi', dizei: 'Deus tem para nós todos uma justiça igual; lembrai-vos dos trabalhadores da última hora'. Às crianças que, já viciadas por suas companhias, vão vagar pelos caminhos, prestes a sucumbirem sob as más tentações, dizei-lhes: 'Deus vos vê, meus caros pequenos', e não temais em lhes repetir, frequentemente, essas doces palavras, pois elas acabarão por germinar na sua jovem inteligência e, em lugar de pequenos vagabundos, tereis feito homens. Está aí uma caridade."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Cap. XIII, item 10).