"O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai encontrar-se com as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a Alma e a Vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos reais, nenhum tomou o título de sacerdote ou de sumo sacerdote (...). O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; proclama-a para seus adéptos assim como para todas as pessoas. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão de reciprocidade." (Kardec)


terça-feira, 22 de março de 2011

Oração pelo Japão

segunda-feira, 14 de março de 2011

Diante das tragédias coletivas...

Queridos amigos e leitores do Blog, mais uma vez estamos diante de novas provações por meio de tragédias coletivas que assolam nosso querido Planeta.

Na madrugada da última sexta-feira (11 de março) pudemos acompanhar pelas câmeras de TV o acontecimento de mais uma catástrofe, depois das chuvas que devastaram o Estado do Rio de Janeiro: terromoto, tsuname e até um acidente nuclear no Japão. Ainda pela manhã de hoje (segunda-feira, 14 de março) foi possível conferir os resultados arrasadores da chuva que cai no Sul do Brasil. Um caos total, que nos choca com as imagens devastadoras da "fúria" da Natureza.

O que pensar diante dessas situações de verdadeiro horror? Como agir? Como colaborar? O que fazer diante do sofrimento dos nossos irmãos?

Em artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença", do jornal "Diário de São Paulo", na década de 1970, ao se pronunciar sobre o incêncio do edifício Joelma, J. Herculano Pires (Irmão Saulo) nos esclarece que "as provas coletivas, profundamente dolorosas, constituem enigma insolúvel para os que creem em Deus mas não conhecem os princípios da sua Justiça Divina". E acrescenta que, "diante de tragédia absurda, o coração vacila e muitas vezes a fé desmorona", pois, "como pode Deus castigar assim as criaturas humanas ou até mesmo permitir ocorrências dessa espécie? Não há argumentos que possam acalmar a revolta dos que perderam entes queridos"...

(Rio de Janeito - janeiro/2011)
Porém, conforme elucida o amigo de ideal espírita no citado artigo, que "cada criatura humana se define como personalidade pela sua consciência" e, "conscientes do que somos e do que fazemos, somos naturalmente responsáveis pelos nossos atos", sendo que "essa responsabilidade se acentua quando o espírito, livre da ilusão da matéria, se defronta com a realidade no mundo espiritual""é então que pede para voltar à Terra numa reencarnação de provas redentoras, submetendo-se aos mesmos suplícios que infligiu a outros em vidas anteriores".

É dessa forma que o egoísmo, a ganância, a sede desmedida de poder e a arrogância dos homens "nos levaram a muitos desvarios por mares e terras do Planeta. Agora, numa fase decisiva da evolução terrena, muitos espíritos anseiam por aliviar sua consciência dos crimes do passado, preparando-se, assim, para experiências mais altas no mundo melhor que vai nascer".

(Japão - março de 2011)
Portanto, ante às tragédias coletivas, nós que diretamente não somos atingidos por esses terríveis acontecimentos, temos o dever, num ato de solidariedade e caridade para com os nossos irmãos em Cristo, exercitando a máxima do Mestre "amareis o vosso próximo como a vós mesmos", de rogar à Proteção e ao Amparo Divinos o amparo e o conforto de todos os que nestes acontecimentos estejam envolvidos. Até mesmo porque, indiretamente, essas situações constituem verdadeiras provas a nós outros cujo exercício nos garante a prática do perdão, do amor e da caridade para com o nosso semelhante.

É assim, enfim, que somos convocados a participar desse momento com nossas preces, faznedo preces para todos os envolvidos, orando pelos encarnados que foram reduzidos a zero e ainda perderam seus entes queridos e familiares, aos desencarnados que deixaram a veste carnal de forma tão trágica e dolorosa, bem como pelos Irmãos da Espiritualidade que s encontram no comando do socorro a toda essa gente e ainda aos dirigentes de nações para que possam ser tocados também pelo sentimento de solidariedade.

(Paraná - março de 2011)
E foi dessa maneira que um grupo se reuniu em prece na cidade de São Paulo, na noite do dia 1 de fevereiro de 1974, para pedir pelas vítimas do incêndio do Edifício Joelma, quando o querido benfeitor espiritual Emmanuel  lhes enviou uma prece para confortar qualquer coração amigo atingido pela provação da tragédia coletiva e que hoje, no momento em que estamos vivendo, deve ser proferida por todos nós em expressão do nosso amor ao nosso próximo:
Senhor Jesus,

Auxilia-nos, perante os companheiros impelidos à desencarnação violenta, por força das provas redentoras.

Sabemos que nós mesmos, antes do berço terrestre, suplicamos das leis divinas as medidas que nos atendam às exigências do refazimento espiritual.

Entretanto, Senhor, tão encharcados de lágrimas se nos revelam, por vezes, os caminhos do mundo, que nada mais conseguimos realizar, nesses instantes, senão pedir-te socorro para atravessá-los de ânimo firme.

Resguarda em tua assistência compassiva todos os nossos irmãos surpreendidos pela morte, em plena floração de trabalho e de esperança, e acende-lhes nos corações aturdidos de espanto e retalhados de sofrimento, a luz divina da imortalidade oculta neles próprios, a fim de que a mente se lhes distancie do quadro de agonia ou desespero, transferindo-se para a visão da vida imperecível.

Não ignoramos que colocas o lenitivo da misericórdia sobre todos os processos da justiça, mas tocados pela dor dos corações que ficam na Terra – tantos deles tateando a lousa ou investigando o silêncio, entre o pranto e o vazio –, aqui estamos a rogar-te alívio e proteção para cada um!

Dá-lhes a saber, em qualquer recanto de fé ou pensamento a que se acolham, que é preciso nos levantemos de nossas próprias inquietações e perplexidades, a cada dia, para continuar e recomeçar, sustentar e valorizar as lutas de nossa evolução e aperfeiçoamento, no uso da vida maior que a todos nos aguarda, nos planos da união sem adeus.

E, enquanto o buril da provação esculpe na pedra de nossas dificuldades, conquanto as nossas lágrimas, novas formas de equilíbrio e rearmonização, embelezamento e progresso, engrandece em teu amor aqueles que entrelaçam providências no amparo aos companheiros ilhados na angústia. Agradecemos, ainda, a compreensão e a bondade que nos concedes em todos os irmãos nossos que estendem os braços, cooperando na extinção das chamas da morte; que oferecem o próprio sangue aos que desfalecem de exaustão; que umedecem com o bálsamo do leite e da água pura os lábios e as gargantas ressequidas que emergem do tumulto de cinza e sombra; que socorrem os feridos e mutilados para que se restaurem; e os que pronunciam palavras de entendimento e paz, amor e esperança, extinguindo a violência no nascedouro!

Senhor Jesus!

Confiamos em ti e, ao entregarmo-nos em Tuas mãos, ensina-nos a reconhecer que fazes o melhor ou permites se faça constantemente o melhor em nós e por nós, hoje e sempre.

Emmanuel

domingo, 13 de março de 2011

Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira interpretam os Evangelhos à luz da Doutrina Espírita

          Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira lançaram, no final de janeiro de 2011, o livro "Os Evangelhos e o Espiritismo", pela Editora Leal. Segundo revelam, a obra nasceu há um ano antes, quando militantes do Centro Espírita "Caminho da Redenção" propuseram a realização de um trabalho em torno da interpretação espírita de alguns tópicos do Evangelho de Jesus: “Aguardamos, então, que as questões nos fossem apresentadas e, após respondê-las, foi montado o livro”, conta Divaldo.            Segundo o médium, o estudo está rigorosamente pautado nas informações exaradas na Codificação kardequiana, com atualização e acréscimo da opinião dos benfeitores espirituais que por eles se comunicam, “inspirados no exemplo do venerando apóstolo da mediunidade Francisco Cândido Xavier”.         “Nenhuma novidade, nem apêndice ao trabalho apresentado pelo Codificador. Antes, é uma confirmação de tudo quanto o insigne Mestre nos ensina e propõe para a renovação moral e a prática da caridade mediante a autoiluminação”, diz Divaldo.

Leia entrevista com Divaldo concedido à "Folha Espírita" - Março/2011 em http://ismaelgobbo.blogspot.com/2011/03/divaldo-franco-e-raul-teixeira.html


quinta-feira, 10 de março de 2011

A paciência

               "A dor é uma bênção que Deus envia aos seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes, mas bendizei, ao contrário, o Deus Todo-Poderoso que vos marcou pela dor neste mundo para a glória do céu.
               Sedes pacientes; a paciência é também uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres, é a mais fácil das caridades; mas há uma bem mais penosa e, consequentemente, mais meritória: 'perdoar àqueles que deus colocou sobre nosso caminho para serem os instrumentos dos nossos sofrimentos e colocar a nossa paciência à prova'.
               A vida é difícil, eu o sei; ela se compõe de mil nadas que são picadas de alfinetes que acabam por ferir; mas é preciso considerar os deveres que nos são impostos, as consolações e as compensações que temos por outro lado, e, então, veremos que as bênçãos são mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado quando se olha do alto, do que quando se curva a fronte para o chão."

("O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec - Cap. IX, item 7).


quarta-feira, 9 de março de 2011

"Por um fio" - Chico Xavier

Por um fio

Na tarde umida daquele sabado, o Chico estava sentado na mureta da varanda de sua casa, com varias pessoas de muitas cidades, conversando, falando, orientado, quando uma distinta senhora de Sao Paulo lhe disse:

"Chico, eu estou passando por uma situacao muito embaracosa com referencia a saude. O meu problema é grave, muito grave. O cardiologista, mediante todos os exames realizados, me afirmou que eu estou por um fio, o que o senhor tem para me dizer ?"

Respondeu-lhe o Chico:

"Eu acho que a senhora deve, em primeiro lugar, obedecer ao seu medico, e, ao mesmo tempo, deve ir ao encontro dos aflitos e necessitados de toda ordem, para amenizar a dor fisica e a dor moral, escutando-os, ajudando-os e amparando-os, principalmente os que estao embaixo das pontes e os que estao nas favelas, sem perguntar nada, e vá caminhando, porque, com estes servicos, a senhora vai engrossar este fio para permanecer por muito tempo aqui."

(Oswaldo Cordeiro, do  Livro "Chico Xavier, pequenas historias de um grande homem").