Em 1º de abril de 1858, Allan Kardec inaugurou em Paris o primeiro centro espírita do mundo, denominado "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas", tendo explicado a sua criação no final da edição de maio do mesmo ano da Revista Espírita:
"A extensão, por assim dizer, universal que tomam, cada dia, as crenças espíritas, fazem desejar vivamente a criação de um centro regular de observações; essa lacuna vem de ser preenchida. A Sociedade, da qual estamos felizes por anunciar a formação, composta exclusivamente de pessoas sérias, isentas de prevenção, e animadas do desejo sincero de se esclarecerem, contou, desde o início, entre seus partidários, homens eminentes pelo saber e posição social. Ela está chamada, disso estamos convencidos, a prestar incontáveis serviços para a constatação da verdade. Seu regulamento orgânico lhe assegura homogeneidade sem a qual não há vitalidade possível; está baseada na experiência de homens e de coisas, e sobre o conhecimento das condições necessárias às observações que fazem o objeto de suas pesquisas. Os estrangeiros que se interessam pela Doutrina Espírita encontrarão, assim, vindo a Paris, um centro ao qual poderão se dirigir para se informarem, e onde poderão comunicar suas próprias observações."
E em 1861, quando da publicação de "O Livro dos Médiuns", com o intuito de entregar aos espíritas um roteiro de como constituir um Centro Espírita, Allan Kardec publica, no capítulo 30, o Estatuto da Sociedade, que revela a preocupação do Codificador em manter uma estrutura enxuta e calcada nos sérios objetivos do Espiritismo, como podemos observar no seu artigo 1º, in verbis:
"A Sociedade tem por fim o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e sua aplicação às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas. As questões de política, de controvérsia religiosa e de economia social lhe são interditas. Ela toma por nome: Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas."
É assim que os centros espíritas deveriam ser e com estes objetivos é que deveriam ser criados. Nada mais além disso.
Pensemos nisso!
(Texto adaptado da publicação de Marcus Alberto de Mario, do site "Rede Amigo Espírita")