Na hora atribulada de
crise, em que as circunstâncias te prostraram a alma na provação, muitos
acreditaram que não mais te levantarias, no entanto quando as trevas se
adensavam, em torno, descobriste ignoto clarão que te impeliu à trilha da
esperança, laureada de sol.
Na cela da
enfermidade, muitos admitiram que nada mais te faltava senão aceitar o lance da
morte, contudo, nos instantes extremos, mãos intangíveis te afagaram as células
fatigadas, renovando-lhes o calor, para que não deixasses em meio o serviço que
te assinala a presença na Terra.
No clima da tentação,
muitos concordaram em que apenas te restava a decadência definitiva, todavia,
nos derradeiros centímetros da margem barrenta que te inclinava ao
despenhadeiro, manifestou-se um braço oculto que te deteve.
Na vala da queda a
que te arrojaste, irrefletidamente, muitos te julgaram para sempre em desprezo
publico, entretanto, ao respirares, no cairel da loucura, recolheste íntimo
apoio, que te guardou o coração, refazendo-te a vida.
Na tapera da solidão
a que te relegaram os entes mais queridos, muitos te supuseram em supremo
abandono, mas no último sorvo do pranto que te parecia inestancável,
experimentaste inexplicável arrimo, induzindo-te a buscar outros afetos que
passaram a enobrecer-te.
No turbilhão das
dificuldades que te envolvam o dia, pensa em Deus, o Amor Onipresente, que não
nos desampara.
Por mais aflitiva
seja a dor, trará Ele bálsamo que consola; por mais obscuro o problema, dará
caminho certo à justa solução.
Ainda assim, não te
afoites em personalizá-lo ou defini-lo.
Baste-nos a palavra
de Jesus que no-lo revelou como sendo Nosso Pai.
Sobretudo, não te importe se alguém lhe nega a
existência enquanto se lhe abrilhantam as palavras nas aparências do mundo,
quando pudeste encontrá-lo, dentro do coração, nos momentos de angústia. É
natural seja assim.
Quando a noite
aparece, é que os olhos dos homens conseguem divisar o esplendor das estrelas.
(Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier, do livro "Opinião Espírita", lição nº 56, p.
182).
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