"O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai encontrar-se com as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a Alma e a Vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos reais, nenhum tomou o título de sacerdote ou de sumo sacerdote (...). O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; proclama-a para seus adéptos assim como para todas as pessoas. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão de reciprocidade." (Kardec)


sexta-feira, 21 de maio de 2010

13 de Maio - Dia da Abolição da Escravatura

Princesa Isabel
No dia 13 de maio comemoramos o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, data esta que, embora possa passar despercebida por muitos, é de suma importância para a evolução da Humanidade.

Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios
nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.

Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática permaneceu por quase 300 anos.

A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação.

Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel e que abolia de vez a escravidão, é que a liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil.

Vale lembrar que os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros. Devido às péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana. Daí a importância da abolição como um passo à frente na escala da evolução da Humanidade.

No campo Espiritual, assim nos esclarece "O Consolador" sobre o tema:

"829. Há homens que são, por natureza, destinados a serem propriedades de outros homens?

- Toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como desaparecerão pouco a pouco todos os abusos.

*A lei humana que consagra a escravidão é contra a natureza, uma vez que iguala o homem ao irracional e o degrada moral e fisicamente.

830. Quando a escravidão faz parte dos costumes de um povo, os que dela se aproveitam são condenáveis, por agirem seguindo um procedimento que parece natural?

– O mal é sempre o mal e todos os sofismas não farão com que uma má ação se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que se dispõe para compreendê-la. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado da violação da lei natural; mas, nisso, como em todas as coisas, a culpa é relativa. A escravidão, tendo se firmado nos costumes de alguns povos, tornou possível ao homem aproveitar-se dela de boa-fé, como de uma coisa que parecia natural; mas a partir do momento que sua razão se mostrou mais desenvolvida e, acima de tudo, esclarecida pelas luzes do Cristianismo, demostrando que o escravo é um ser igual diante de Deus, não há mais desculpa que justifique a escravidão.

831. A desigualdade natural das aptidões não coloca algumas raças humanas sob a dependência de outras mais inteligentes?

– Sim, mas para erguê-las e não para embrutecê-las, ainda mais pela escravidão. Os homens têm considerado durante muito tempo algumas raças humanas como animais de braços e mãos e se julgaram no direito de vendê-los como animais de carga. Eles acreditam possuir um sangue mais puro, insensatos que vêem apenas a matéria! Não é o sangue que é mais ou menos puro, mas o Espírito.

832. Há homens que tratam seus escravos com humanidade, que não lhes deixam faltar nada e pensam que a liberdade até os exporia a piores privações; o que dizeis deles?

– Digo que esses cuidam melhor de seus interesses. Têm também muito cuidado com seus bois e cavalos, para tirar mais proveito deles no mercado. Não são tão culpados quanto os que os maltratam, mas dispõem deles como de uma mercadoria ao impedir o direito de serem livres.

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Fontes: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abolicao.htm
"O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.

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