"O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai encontrar-se com as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a Alma e a Vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos reais, nenhum tomou o título de sacerdote ou de sumo sacerdote (...). O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; proclama-a para seus adéptos assim como para todas as pessoas. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão de reciprocidade." (Kardec)


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre o Natal


É chegado o mês de dezembro! As cidades se enfeitam, milhares de luzinhas se acendem por toda a parte, transeuntes inquietos circulam de um lado ao outro pelas ruas, de loja em loja, pacotes e mais pacotes de presentes... Em casa, o cardápio da mesa farta para a ceia começa a ser preparado, a árvore de natal já está pronta, linda!


Ficamos mais sensíveis, mais solidários e mais sentimentais. Emocionamo-nos com muita facilidade. O sentimento de fraternidade fica aguçado e a confraternização é colocada em prática. Sermos caridosos faz-se necessário. Ficamos mais atentos e mais perceptíveis  às dores e às infelicidades dos nossos irmãos.


E isso não ocorre por acaso. A Providência Divina tem seu propósito e é por essa razão que a Espiritualidade Superior, nesta época do ano, envolve o Globo Terrestre com maior intensidade, direcionando-nos sentimentos e pensamentos nobres com o fim de, realmente, despertar em nós, os humanos, o amor ao próximo, a fraternidade e a caridade, de modo que possamos estar mais receptivos ao nascimento do Cordeiro.

A Providência Divina permite e determina que assim o seja pelo fato de que devemos despertar em nós mesmos, no nosso íntimo, o verdadeiro sentido do Natal.

Mas, qual o verdadeiro sentido do Natal? Comemoramos no Natal o nascimento do Cristo.

Jesus veio ao mundo anunciar a Boa Nova, ou seja, veio nos mostrar o "Reino de Deus" e o caminho que nos leva até ele, deixando-nos como legado o seu Evangelho, onde ensinou-nos dando o seu próprio exemplo e o seu próprio testeunho.

É assim, portanto, que devemos comemorar o Natal: fazer (re)nascer em nós o Menino Jesus. A cada ano, no dia 25 de dezembro, o Cristo renasce, onde somos todos envolvidos pelas bençãos das energias Superiores para que, assim, nossas energias desgastadas possam ser substituídas pelas energias renovadoras que brotam através do sentimento fraterno que o "Espírito Natalino" desperta em nós. É a nossa renovação (o nosso renascimento em Jesus) que se inicia através dessa "onda" de "sentimentos especiais" que nos invade, culminando com a esperança e a fé em um Novo Ano que logo mais surgirá, renovando nossos votos de felicidade, de novos projetos, de novas experiências e de novas realizações, a espera de um ano melhor. Eis o verdadeiro sentido do Natal!

É bem verdade que as festas de fim de ano, os enfeites, as guloseimas do Natal, os presentes, não devem ser alvo de nossas críticas e tão pouco devem ser vistos como práticas que não deveriam existir ou que então deveriam ser execradas por nós. Ao contrário, vivemos em um mundo material e ainda somos muito mais matéria do que espírito, de modo que o Criador, em sua Divina Bondade, proporcionou-nos desfrutarmos de tudo aquilo que o Planeta pode nos oferecer e, chegado o Natal, é de extrema importância que nos unamos ao menor gesto de solidariedade e de compaixão. O calor da troca de presentes e dos cumprimentos, dos abraços fraternos e dos votos de felicidade e prosperidade é essencialmente importante para os propósitos de Deus. Partilhar da mesa farta desperta a alegria de ter em nosso lar pessoas e familiares queridos, de modo que somos envolvidos pelo sentimento de irmandade. A beleza da qual se vestem os centros urbanos desperta em nós o desejo do bem por meio do contágio dos olhos.

Conforme podemos observar, portanto, o "Espirito Natalino" desperta em nós sensações e sentimentos especiais. No entanto, precisamos buscar, acima de tudo, a essência do Natal, o seu sentido verdadeiro, visto que nossos dias, nossa vida, nossa experiência na carne, nem sempre são marcados pela alegria e pela ventura de momentos felizes. Distante disso, deparamo-nos, a todo tempo, com o peso do fardo de nossas provas e expiações, constituindo-se estas desde os aborrecimentos mais simples até a dor de ver, por exemplo, o desencarne de um ente querido. E, o que é pior, as nossas infelicidades e desventuras não escolhem datas, de modo que podem, perfeitamente, "visitar-nos" em dias tais como o dia de Natal em que deveria reinar em nossa alma a alegria e o sentimento de felicidade.

E é exatamente por isso que se faz extremamente importante vivenciarmos a Festa Natalina buscando em nós o renascimento do Cristo. Necessário, pois, que busquemos a alegria e a felicidade naquilo que somos e naquilo que o Criador nos porporcionou como grandes oportunidades de aperfeiçoamento, sem desdenharmos a nossa própria sorte, agradecendo a cada dia as novas oportunidades que surgem através do renascimento latente do Cordeiro e valorizando tudo o que a Vida tem nos oferecido, buscando ver o Mundo com os olhos do Espírito e não com os olhos da matéria, porque, conforme já nos advertiu o saudoso médium Chico Xavier, "o lar em que nascemos é exatamente aquele que precisávamos, vestimos exatamente o corpo físico que merecemos, moramos exatamente no lugar em que Deus nos reservou de acordo com o nosso adiantamento (moral, espiritual e intelectual), possuímos os recursos financeiros coerentes com as nossas necessidades, nem mais e nem menos, mas o justo e necessário para as nossas lutas diárias, o nosso ambiente de trabalho é exatamente aquele que nós mesmos elegemos para a nossa realização e, os nossos parentes e amigos, são extamente aquelas "almas" que atraímos por nossa própria afinidade".

Que neste Natal o Menino Jesus possa renascer no coração de cada um de nós.


Abraço fraterno a todos!


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