"O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai encontrar-se com as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a Alma e a Vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos reais, nenhum tomou o título de sacerdote ou de sumo sacerdote (...). O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; proclama-a para seus adéptos assim como para todas as pessoas. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão de reciprocidade." (Kardec)


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Inimigos desencarnados

          "O espírita tem ainda outros motivos para ter indulgência com seus inimigos. Ele já sabe que a maldade não é o estado permanente dos homens; que ela se sustenta em uma imperfeição momentânea, e que, assim como a criança se corrige de seus defeitos, o homem mau um dia reconhecerá seus erros, e tornar-se-á bom.
          Sabe que a morte não o liberta senão da presença material de seu inimigo, mas que este pode persegui-lo por seu ódio, mesmo depois de ter deixado a Terra. Assim, falha a vingança em seu objetivo, e produz, ao contrário, uma irritação maior, que pode perdurar de uma existência a outra. Cabe ao Espiritismo provar, pela experiência e a lei que rege as relações do mundo visível e do mundoinvisível, que a expressão apagar o ódio com o sangue é radicalmente falsa. A verdade é que o sangue mantém o ódio mesmo além do túmulo; por consequência, o Espiritismo estaria dando uma razão de ser efetiva e uma utilidade prática ao perdão, e à sublime máxima do Cristo: amai vossos inimigos. Não há coração tão perverso que não seja tocado por bons procedimentos, mesmo inconscientemente. Através das boas ações elimina-se, pelo menos, qualquer pretexto para represálias. Pode-se fazer, de um inimigo, um amigo, antes e depois de sua morte. É pelos maus procedimentos que o inimigo se irrita, e é então que ele serve de instrumento à justiça de Deus, para punir aquele que não perdoou."
 
(in "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, Cap. XII, item 5).

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